《 POPULAÇÃO VULNERAVÉL 》
Uma importante frente de
atuação da Fiocruz na pandemia por Covid-19 vem sendo seu trabalho envolvendo
as populações vulneráveis, como os moradores de favelas e as populações
indígenas.
Uma delas é a campanha 'Se
liga no corona', de comunicação comunitária em favelas; outra foi a chamada
pública que vai financiar ações locais de enfrentamento da pandemia comandadas
por organizações e coletivos das favelas; e uma terceira iniciativa é o selo
'Fiocruz tá junto', direcionado à validação dos conteúdos de materiais de
comunicação produzidos por esses grupos.
Também notícias sobre os
relatórios do grupo de trabalho formado por pesquisadores da Fiocruz e da
Fundação Getúlio Vargas (FGV) que estuda o impacto da Covid-19 sobre os povos
indígenas e sugere estratégias de redução desse impacto.
POPULAÇÃO INDIGENA, NUTRIÇÃO E PANDEMIA.
No Brasil, os povos indígenas apresentam uma realidade complexa caracterizada por uma marcada vulnerabilidade que se manifesta em indicadores de saúde e nutricionais. Neste cenário, pobre prevalecem as condições sanitárias, com alta carga de doenças crônicas não transmissíveis; doenças infecciosas / parasitárias; e distúrbios nutricionais, incluindo desnutrição e anemia.
Essa situação se reflete em inúmeros aspectos da insegurança alimentar, colocando essa população em uma posição de particular vulnerabilidade para a pandemia da doença corona vírus 2019 e seus efeitos. O objetivo do estudo foi apresentar um conjunto de reflexões preliminares sobre alimentos. insegurança e protagonismo indígena em tempos de Covid-19. A pandemia se aprofundou as desigualdades que afetam os povos indígenas, com impacto direto na segurança alimentar condições. Em meio aos efeitos da pandemia, o protagonismo indígena desempenhou um papel fundamental na garantia dos direitos desses povos e no acesso à alimentação, denunciando o respostas oficiais ausentes e lentas como atos de violência institucional, que terão graves e efeitos duradouros na vida dos povos indígenas.
Ao longo dos últimos meses de propagação da pandemia, manifestações e debates têm aumentado tanto na imprensa tradicional como nas redes sociais, evidenciando o intenso protagonismo dos povos indígenas nas mais diversas questões relacionadas com Covid-19, com o agravamento da insegurança alimentar sendo uma questão central. Nesse contexto, lideranças e organizações indígenas têm trabalhado na elaboração de um conjunto de documentos e manifestos que tenham repercussões sociais e políticas importantes e que venham a contribuir para a redução da assimetria nos diálogos entre indígenas e não indígenas.
Muitas vezes, essas manifestações trouxeram à luz conceitos como racismo estrutural e risco de genocídio, que cada vez mais lideram os debates contemporâneos sobre a relação entre etnias, povos indígenas e saúde no Brasil.
Uma das primeiras medidas implementadas para conter a pandemia visava o distanciamento social. Para as populações de aldeias indígenas, a redução da mobilidade entre aldeias e cidades tem como consequência adicional afetar a dinâmica essencial de acesso aos alimentos, que já é bastante vulnerável. Assim, embora o distanciamento social seja uma medida fundamental no combate à pandemia, no caso das populações indígenas ele não pode ser dissociado dos efeitos negativos sobre a produção, aquisição e consumo de alimentos.
Os povos indígenas do Brasil são muito mais vulneráveis à Covid-19 em comparação com a população brasileira restante, e essa vulnerabilidade foi determinada social e historicamente. A trajetória da pandemia entre os povos indígenas reafirmou, se não aprofundou, as desigualdades por eles enfrentadas, com impactos diretos nas condições de segurança alimentar. No entanto, as ações necessárias e urgentes para enfrentar esta situação têm sido lideradas por movimentos e coletivos indígenas que denunciam a ausência e lentidão da resposta oficial como atos de violência institucional, que terão efeitos graves e duradouros na vida desses povos.
REFERENCIASBibliotecahttps://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/boletim_bibliocovid_abril_2021.pdf
Fonte Fiocruz https://portal.fiocruz.br/noticia/populacao-indigena-e-tema-da-edicao-de-abril-do-boletim-bibliocovid
Leite MS, Ferreira AA, Bresan D, Araujo JR, Tavares IN, Santos RV. Indigenous protagonism in the context of food insecurity in times of Covid-19. Rev Nutr. 2020;33:e200171. https://doi.org/10.1590/1678-9865202033e200171
POST REALIZADO POR
NAZARENA BELÉN MARTINEZ MOLINA
MARTIN DANIEL BERMUDEZ
NAZARENA BELÉN MARTINEZ MOLINA
MARTIN DANIEL BERMUDEZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário